
Sonambulismo e Projeção Lúcida. Durante uma conversa com um colega de trabalho, mencionei a criação desse blog. Ele aproveitou para questionar-me se haveria alguma relação entre o sonambulismo e uma EFCs lúcida. Sua curiosidade vinha do fato de sua esposa, ocasionalmente, passar por estados de sonambulismo.
A teoria
Procurando esclarecer sua dúvida, primeiramente, discorri sobre a conceituação de sonho, sonambulismo e experiência fora do corpo. Depois, para escrever esse post, pesquisei um pouco mais (1).
Sonho: É uma experiência onde prevalece a imaginação de sons, imagens e outras sensações produzidas pelo subconsciente durante o período de sono. Tudo o que percebemos nos sonhos é carregado de um forte sentido simbólico e arquetípico, refletindo cargas emocionais que armazenamos no subconsciente. Todo esse conteúdo gera impressões muito fortes na psique humana. Outra característica marcante dos sonhos é o caos: as situações mais absurdas se sucedem, não existe um sentido lógico ou cronológico claro naquilo o que percebemos ou sentimos.
Sonambulismo: É considerado um transtorno comportamental do sono, durante o qual uma pessoa pode empregar suas habilidades motoras de uma forma simples ou complexa. O sonâmbulo pode sair da cama e andar, comer, realizar tarefas comuns e até mesmo sair de casa, movido pelo inconsciente. Nessas circunstâncias, o sonâmbulo fica suscetível a sofrer acidentes e até mesmo morrer em função disso. Pode ser difícil acordar um sonâmbulo, mas, contrariamente à crença popular, não é perigoso fazê-lo, podendo inclusive ser perigoso não acordá-lo! Porém esse despertar deve ser feito com cautela, pois, alguns sonâmbulos podem ser violentos.
EFC: Durante a EFC lúcida, ou, em outras palavras, quando temos uma experiência fora do corpo consciente, ocorre o predomínio da lucidez, do juízo crítico. Dessa forma, sabemos exatamente onde estamos (na dimensão extrafísica) e o que está se passando (que estamos fora do corpo) de forma que não temos dúvidas sobre qual tipo de experiência estamos vivenciando. Mais ainda, às vezes, a objetividade (a realidade) da EFC pode ser comprovada uma vez que tenhamos experiências em conjunto com outros projetores e, depois, um ou mais desses lembrarem-se das mesmas experiências que tivemos.
A prática
Para exemplificar para meu colega, relatei o único caso de sonambulismo vivenciado por mim mesmo. Foi em 1974 quanto contava 10 anos.
Nessa época, morava com minha família em uma casa no Rio de Janeiro. Eu e minha irmã dormíamos em camas que ficavam no mesmo quarto. Certa noite, já em horário adiantado, eu e minha irmã dormíamos quando minha mãe, que assistia a um programa na TV sentada numa poltrona da sala, percebeu, pela porta que dava para nosso quarto, que eu pulara da cama, caminhara até a cama de minha irmã e a sacudira com as mãos, ao mesmo tempo em que pronunciara palavras irreconhecíveis. Intrigada, minha mãe questionou-me, dali mesmo onde estava, o que eu estava fazendo. Sem nada responder, retornei para minha cama, deitei-me e continuei a dormir como se nada houvesse acontecido. No dia seguinte, minha mãe contou-me o ocorrido e perguntou-me o porquê daquela atitude. Lembrei-me então que, naquela noite, tivera um sonho onde, aflito por algum motivo, tentava despertar minha irmã que dormia em sua cama e, por mais que sacudisse e chama-se pelo nome, ela não acordava.
Então, como pude constatar, o sonâmbulo é aquela pessoa que sonhando, de alguma forma, adquire o controle das suas faculdades motoras.
Concluindo, na medida em que as pessoas amadurecem, física e psicologicamente, alguns estados diferenciados, tais como o sonambulismo e os pesadelos, tendem a desaparecer, ao passo que outros, como as EFCs, podem surgir.
Notas:
(1) Wikipedia: Verbetes sonho e sonambulismo.
Para saber mais – Livros:

