Um espiritualista ou um Religioso? Recentemente ouvi falar num livro escrito por um espiritualista sobre evolução, um assunto que a muito tempo me cativa. Não o encontrei a venda em Brasília, de forma que resolvi encomendar um exemplar pela Internet. Recebi o exemplar a duas semanas e, assim que pude, comecei a leitura. O autor é um projetor consciente e médium. O livro foi escrito a partir das suas vivências, muitas das quais projetivas e, segundo ele, inspirado por vários espíritos amparadores.
Logo no início do livro, um capítulo é dedicado a transmitir uma mensagem de um amparador que, segundo o autor, é muito evoluído.
Para minha decepção, já nas primeiras linhas, o “amparador” refere-se a Jesus como a consciência mais evoluída, perfeita e sublime que jamais nasceu nesse planeta e etc. Isso mais uma série de citações sobre o “status” e “feitos” de Jesus mostraram-me que essa entidade não podia ser tão evoluída assim.
Uma coisa que aprendi após tantos anos na lida espiritualista é respeitar as crenças de cada um. Por dois motivos, alguém que se autodenomine espiritualista não pode afirmar que Jesus era melhor, superior ou mais evoluído do Moises, Buda, Krishna e vice versa. Em primeiro lugar, tudo o que sabemos sobre essas pessoas são relatos verbais limitados e de autenticidade inverificável que, em algum momento, foram registrados pelos seus fieis seguidores. Em segundo lugar, quando afirmamos que Jesus foi à consciência mais evoluída e superior as outras que jamais viveram na Terra para um budista, por exemplo, esse não vai concordar de forma alguma, resultando disso um desentendimento entre as partes. O mesmo se aplica se assim nos referirmos a qualquer outra personalidade.
Um espiritualista não pode, portanto, cometer essa gafe, senão ele será apenas mais um religioso que deseja promover suas crenças pessoais em detrimento das crenças de outras pessoas. Imaginem então se uma consciência extrafísica amparadora, ou seja, com nível evolutivo acima da média humana, vai se prestar a esse papel.
Outra coisa que chamou-me a atenção no livro foi que na apresentação o autor afirma que resolveu escrevê-lo após inúmeras experiências projetivas onde “ir a galáxia de Andrômeda foi a coisa mais simples”. Pois bem, quanto ao conteúdo, embora bem escrito, não trás absolutamente nada que eu já não tivesse lido em vários outros livros do gênero.
Então o que aprendi com esse livro? Que umas poucas palavras mal refletidas que expressam as crenças pessoais do autor podem comprometer todo o conteúdo de uma obra.
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