
Centenas de milhares ou, talvez, milhões de norte-americanos acreditam terem sido abduzidos por alienígenas.
Em um caso típico, um abduzido relata que, estando deitado na cama durante a noite, sente uma sensação estranha que toma conta dele, seguida da aparição de seres alienígenas que seurgem do nada. Os extraterrestres podem transportá-lo para uma nave espacial e submetê-lo a uma bateria de testes físicos e psicológicos. Depois do que parece ser horas, ele se volta para o seu quarto ileso, e ao recobrar o comando de seu corpo, descobre que todo o seu calvário durou não mais do que alguns minutos.
Os abduzidos acreditam que suas experiências são reais (intrafísicas). Contundo, nos últimos anos, a maioria dos psicólogos creem que abduções são sonhos lúcidos ou alucinações desencadeadas pela consciência do “abduzido” de que outras pessoas passaram por experiências semelhantes.
Em apoio a essa hipótese, em experimentos recentes realizados pelo Out-Of-Body Experience Research Center em Los Angeles com 20 voluntários, os participantes foram treinados em técnicas de sonhos lúcidos de tal forma que metade deles foi capaz de sonhar lucidamente e criar situações vividas de encontros com alienígenas.
Mas se cada rapto percebido é apenas o mais recente em uma série de alucinações, o que foi que provocou que primeiro sonho ou ilusão? Como foi a história de abdução alienígena nasceu?
A crença em abduções de pessoas por extraterrestres remonta década de 1940 e 50. Com o advento da Era Espacial, a literatura e filmografia do gênero sci-fi aumentando rapidamente em popularidade, temas relacionados a confrontos de humanos e alienígenas tornaram-se comuns e recorrentes.
Já em julho de 1946, a revista “Planeta Comics” publicava uma tira de quadrinhos em que os alienígenas usaram um raio trator luminoso para sequestrar uma mulher terrestre que denominaram “Specimen 9”. O sequestro fazia parte do um “Survival Project”, e tinha por objetivo final orientar a nave espacial alienígena de volta ao seu mundo de origem. Ao dirigir-se a mulher sequestrada, o líder dos alienígenas afirmava que “…Nossos métodos podem parecer cruéis, Specimen 9, mas isso é porque nossas necessidades são desesperadoras.”
Não lhes parece incrivelmente familiar essa história de quase 60 anos passados?

Em 1954, uma história em quadrinhos que apareceu no tablóide britânico The Daily Express descrevia a abdução alienígena de um piloto da Força Aérea Real. Desde então, inúmeras histórias de abdução passaram a frequentar as páginas de romances de ficção científica, histórias em quadrinhos e filmes do cinema.
A partir da década de 50, coincidentemente, relatos esporádicos de confrontos reais e violentos com os alienígenas começaram a surgir em diversas partes do mundo.
Em 1957, o jornalista brasileiro João Martins iniciou uma série de matérias entitulada “Missão Discos Voadores” para a revista O Cruzeiro onde descreveu os casos de pessoas em locais isolados atacadas por pequenos seres alienígenas. Martins também pediu a seus leitores que lhe escrevessem relatando suas próprias experiências. Dentre as centenas de respostas que recebeu, estavam a de um jovem agricultor de Minas Gerais , Antonio Villas Boas, que tornou-se o caso mais conhecido de abdução n Brasil.
Separar a ficção da realizada, desde então, passou a ser uma tarefa difícil, às vezes impossível. Seriam as abduções reais, com a literatura e o cinema nada mais fazendo do que evidenciar essa realidade, antes impublicável, ou estariam influenciando o imaginário popular e criando situações onde as pessoas estariam confundindo alucinações e sonhos lúcidos ou projeções astrais com abduções reais, intrafísicas? Numa terceira hipótese, seria possível que ambas coisas estivesse ocorrendo?
Me parece que essa última hipótese é a mais correta. Dentro da vasta casuística ufológica, existem alguns casos muito bem estudados que apontam para o fato que abduções parecem ser reais, ocorrendo no nível intrafísico. Contudo, a imensa maioria dos relatos carece de credibilidade. As abduções parecem ter virado um modismo de pessoas com desequilíbrios emocionais ou mentais.
O desconhecimento do fenômeno das EFCs – Experiências Fora do Corpo – que somente nas últimas três décadas ganhou popularidade, mas que ainda são completamente desconhecidos da maior parte das pessoas pode explicar, pelo menos em parte, essa “explosão” de abduções, a ponto de surgirem, em 1991, estimativas de 4 milhões de pessoas, só nos EUA, terem passado por abduções.
Durante uma EFC, principalmente aquelas com baixo nível de lucidez, onde ainda ocorrem a produção de imagens oníricas pela mente do projetor, uma experiência que também é conhecida por sonho lúcido, é possível que sejam plasmadas quaisquer tipos de situações ou cenários com alto grau “realidade” para a mente do projetor. Se a pessoa vive com a ideia de abduções na mente e nada conhece de EFCs, não será nada espantoso que ela vivencie situações vinculadas a esse tema. Depois, quando despertar, ela poderá ter dificuldade em entender o que de fato ocorreu e achar que passou por uma abdução de fato. As sensações de baixa lucidez e outras mais, comuns durante a EFC, poderão ser interpretadas, erroneamente, como um entorpecimento inerente ao processo da abdução.
É concebível, inclusive, que consciências extrafísicas assediadoras ou simplesmente brincalhonas, querendo se divertir, alterem seus psicossomas (corpos extrafísicos) de forma a parecerem, aos olhos do projetor, extraterrestres e assim poderem conduzir sua “abdução”. Isso explicaria porque certos biótipos alienígenas como os grays, os reptilianos e os nórdicos aparecem com tanta frequência nos relatos de abdução. Facilita nesse processo de indução, que os ETs sejam reconhecidos como tais.
Naturalmente, não podemos descartar os autênticos casos de abdução. Extrafisicamente eles acontecem de fato, mas, não são uma ocorrência corriqueira. Por exemplo, eu nunca fui abduzido ou mesmo entrei em uma nave extraterrestre extrafísica embora já as tenha visto em algumas de minhas EFCs. Pelo que sabemos, as comunidades extrafísicas do planeta empregam veículos que, eventualmente, podem se parecer com com os UFOS. Contudo, até para não causar essa confusão, elas preferem usar veículos com os formatos que estamos mais acostumados, como ônibus comuns.
Concluindo, quanto a abdução intrafísica, ela também existe, mas é mais rara ainda que a extrafísica. Lembro-me do relato de um contatado no Congresso Internacional de Ufologia, realizado em 1997 em Brasília. Quando servia como soldado em um quartel do exército em Minas Gerais, foi abduzido enquanto estava de sentinela. Perguntei-lhe na ocasião porque, dentre tantos militares naquele quartel, ela havia sido “sorteado” para ser abduzido. Prontamente, respondeu-me que achava que era devido a sua altura. De todos os soldados naquela unidade, ele era justamente o mais baixo e o teto do UFO para onde ele foi levado não era muito alto. Prosaico, não?
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