Nascido por volta do ano de 515 a.C., na cidade de Éleia, ao sul da Magna Grécia (Itália), Parmênides é um dos mais significativos filósofos pré-socráticos.
Seu único trabalho conhecido como “Sobre a Natureza” é um poema didático escrito em um dialeto grego na forma de hexâmetros, que só sobreviveu em forma fragmentária. Apenas 160 linhas do poema chegaram aos dais atuais.
Alguns pesquisadores das EFCs – Experiências Fora do Corpo – que leram o poema intuíram que ele ter sido inspirado em uma projeção consciente por meio da qual Parmenides obteve pelo menos parte dos conteúdos de sua obra. Não seria de se espantar pois várias personalidades históricas parecem ter produzido suas obras a partir de experiências transpessoais como as EFCs. Não satisfeito com as citações encontradas na Internet sobre as relação de Parmenides com as EFCs, todas superficiais, resolvi conferir fazendo uma rápida (algumas horas) pesquisa.
Acredita-se que o texto original de “Sobre a Natureza” tinha 3.000 linhas. Sabe-se, contudo, que o trabalho originalmente era dividido em três partes:
- O Proêmio (prefácio) que introduziu todo o trabalho,
- A seção conhecida como “O Caminho da Verdade” (a objetividade, Aletheia) e
- A seção conhecida como “O Caminho da Aparência / Opinião” (a subjetividade, Doxa)
Proêmio é uma sequência narrativa em que o narrador viaja “para além dos caminhos batidos dos homens mortais” para receber uma revelação de uma deusa sem nome sobre a natureza da realidade.
Ao longo do tempo, interpretações diversas foram dadas a obra de Parmenides. A Igreja, por exemplo, usou trechos de seus textos para justificar sua doutrina. Pelo menos até o século VI, existem referências à obra completa, então, ouso especular, que trechos inconvenientes tenham sido propositadamente destruídos, ou simplesmente deixados de lado em traduções e citações, por serem inconvenientes para a religião. Afinal, não faz muito sentido que um filósofo possa ter influenciado significativamente o pensamento ocidental ao longo de 2500 anos e apenas 5% de sua obra tenha chegado aos dias atuais. Os poucos fragmentos que restaram foram reunidos ao longo do tempo e consolidados em 1903 por Hermann Diels.
O poema emprega uma linguagem metafórica que pode ser interpretada de várias maneiras e de fato, estudiosos atribuíram significados diferentes para ele ao longo do tempo. Uma interpretação filosófica detalhada pode ser encontrada no site da Universidade e Stanford. Some-se a isso o fato de que as palavras usadas em traduções para o latim, inglês e português podem mudar o significado original escrito em um dialeto grego. Clique aqui para ver o original em grego e a tradução para o inglês.
A partir da tradução para o português do Poema, disponível na UFRJ, selecionei os seguintes trechos e os possíveis significados que, hipoteticamente, podem referir-se a uma EFC. Naturalmente, os filósofos materialistas discordarão dessa interpretação.
“Mui hábeis éguas me levavam puxando o carro, mas eram moças que dirigiam o caminho” [1]
“Porquanto as filhas do sol fustigassem (os animais) a prosseguir e abandonar os domínios da Noite” [2]
“Lá ficam as portas dos caminhos da Noite e do Dia, pórtico e umbral de pedra as mantém de ambos os lados, mas, em grandiosos batentes” [3]
“As moças, então, pela via aberta através das portas, mantém o carro e os cavalos em frente” [4]
“E a deusa, com boa vontade, acolheu-me, e em sua mão minha mão direita tomou” [5]
“Salve! Porque nenhuma Partida ruim te enviou a trilhar este caminho, à medida que é um caminho apartado dos homens, mas sim Norma e Justiça. [6]
Possíveis Significados
[1] Amparadoras
[2] As dimensões crostais, a baratrosfera
[3] Uma passagem para outra dimensão
[4] Passagem para outra dimensão extrafísica mais evoluída
[5] Uma consciência extrafísica evoluída recebe Parménides
[6] A Deusa refere-se o fato de homens comuns não terem sintonia para poder acessar aquela dimensão.
De modo simplificado, a doutrina de Parmenides sustenta o seguinte:
- Unidade e a imobilidade do Ser;
- O mundo sensível é uma ilusão;
- O Ser é Uno, Eterno, Não-Gerado e Imutável e
- Não se deve confiar naquilo o que vê.
Minha análise do Poema em busca de possíveis indícios de experiências projetivas a fim de escrever esse Post limitou-se ao Proêmio (Prefácio). Pretendo prosseguir com a análise do texto futuramente de forma a aprofundar essa pesquisa exploratória.
Para Saber Mais
Experiências Fora do Corpo – Fundamentos
Livros: